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segunda-feira, 30 de maio de 2016

Linguagem corporal em entrevistas de emprego e reuniões de trabalho Os nossos aspectos comportamentais dizem tanto quanto nossas palavras. Gestos, expressões, posturas e atitudes do corpo podem mostrar credibilidade, segurança, ansiedade, e uma série de características que muitas vezes estão fora do nosso controle. Essas são formas de linguagem não-verbal, e passam mensagens tão importantes quanto aquilo que estamos falando. Para ter sucesso em uma entrevista de emprego ou em uma reunião de negócios, não é necessário somente preparar a oratória. É preciso ainda estar atento às outras formas de comunicação que são relevantes para um receptor, e que entregam mesmo que inconscientemente uma ação ou resposta. Muitos gestores e recrutadores são treinados para compreender esta linguagem, e através disso, interpretam informações que podem não ter sido passadas verbalmente. Por isso vamos explorar neste artigo alguns dos mecanismos mais comuns que são avaliados por outras pessoas numa relação direta, e quais as orientações para se sair melhor. Nem sempre é possível controlar tudo, mas conhecendo bem quais as principais armadilhas, fica mais fácil compreender o que é bem ou mal avaliado e aprender a dominar certas reações. Ter ciência da forma como você é interpretado pelos outros é fundamental para se relacionar melhor e trabalhar a sua inteligência emocional. Algumas pesquisas na área de neurociência dizem que a sua linguagem corporal pode afetar os hormônios, que por consequência acabam afetando atitudes e sendo determinantes para a tomada de decisões. Em outras palavras, a forma como dizemos as coisas é importante assim como o conteúdo. Vamos lá? Four different poses of one woman waiting for interview. Sitting Situação 1: entrevista de emprego Para começar, vamos visualizar a situação de um processo seletivo, onde além do currículo e das experiências profissionais, o comportamento do candidato também é avaliado – em muitos casos, com peso até superior e critério de desempate. Quando você tem uma linguagem corporal boa, o entrevistador consegue conhece-lo com mais facilidade. Isto não quer dizer que o entrevistado deva ficar imóvel durante a seleção, longe disso. É preciso que você saiba reagir bem a cada questionamento, e usar os movimento do corpo a seu favor. O próprio recrutador conhece cada situação que causa nervosismo e ansiedade nos profissionais, e ele bate exatamente nessa tecla. Como você reage ali na seleção, pode ser a maneira que você irá reagir em uma situação de emergência ou crise, caso venha ser contratado(a). Mas nem tudo é levado tão ao pé da letra, já que rotular um profissional por conta de um ou dois movimentos durante a entrevista pode ser uma péssima opção no recrutamento. No final, é o conjunto de ações e reações que conta e determina o avanço ou não no processo. Então, saia de casa preparado para o que pode vir, e comece a se observar desde o momento em que estiver à espera do início da entrevista. Existem empresas que começam a avaliar o candidato desde a sala de espera, para ver quem você é realmente antes de entrar – se interage com os outros candidatos, como se porta ao sentar, se não se atrasou, se está ofegante, se é educado com a secretária… e por aí vai. O comportamento fora e dentro da sala de seleção deve ser, no mínimo, coerente. Não adianta nada se sentar de qualquer jeito e falar alto enquanto espera e só se preocupar com a linguagem do corpo quando estiver lá dentro. O primeiro contato entre um candidato e seu entrevistador é quase sempre o visual, não é mesmo? Por isso, ao entrar na sala, sorria. Ao fazer isso, o profissional transmite a mensagem de que está tranquilo e seguro em relação à entrevista, pois confia em seu potencial – além de demonstrar que é simpático. Depois, como segundo contato, vem o aperto de mão. Como aquela velha expressão “a primeira impressão é a que fica”, é importante apertar a mão do recrutador com a mesma intensidade que ele aperta a sua – nem mais forte, nem mais fraco. O importante é transmitir vontade de apertar a mão. Isso mostra de alguma forma que você quer “estar igual a ele”, de uma forma bem sinérgica. Culturalmente, o aperto de mão é como o fechamento de contrato entre duas partes. Ao fazer isso em uma entrevista, você está passando a mensagem de que é uma pessoa confiável e que também confia no entrevistador. A empatia numa entrevista de emprego é construída através da descoberta de semelhanças. Então, uma boa maneira de começar com uma “ótima primeira impressão” é se deixar ser absorvido dentro do espaço proposto pelo entrevistador. Aproximação é a palavra-chave para aumentarmos a conexão nesse momento, e deixar que nossas emoções e comportamentos fluam mais naturalmente. Sente-se com uma boa postura. O ideal é manter-se com as costas eretas, sem reclinar ou inclinar demais. Se você senta de qualquer jeito, como se estivesse em casa, dá a ideia de que não está tão interessado naquela vaga. Por isso, mantenha-se direito mas evite estar muito rígido durante a entrevista. Movimente-se um pouco para enfatizar pontos importantes, e gesticule as mãos com moderação para demonstrar dinamismo (e evitar o tédio!). Linguagem aberta Pratique sempre a máxima do “olho no olho”, mas com ressalvas. Seja no primeiro olhar, durante a elaboração de perguntas ou enquanto responde a cada uma delas, tente manter contato visual com aquele ou aqueles que te entrevistam. O simples ato de desviar o olhar constantemente pode parecer que você está tentando se esquivar da resposta, por não ter domínio do que fala. Se você for entrevistado por mais do que uma pessoa, tenha o cuidado de distribuir o olhar por todos eles, dedicando-lhes a mesma atenção. Mas cuidado: não tirar os olhos de cima de quem te entrevista também pode ser ruim. É bem normal olharmos para cima ou para os lados de vez em quando, porque enquanto você fala seu cérebro está processando as informações e lembranças. No entanto, não se deixe distrair demais quando o entrevistador estiver falando.Mesmo que um dos recrutadores faça mais perguntas e se mostre mais interessado (ou tenha se apresentado como seu futuro chefe), é importante que não se esqueça que você está sendo avaliado por todos. Quando há algum psicólogo ligado ao setor de Recursos Humanos então, essa avaliação comportamental é ainda mais detalhista. Esse é o primeiro passo para transparecer uma linguagem corporal aberta. Caso você se pegue em uma situação de nervosismo, provavelmente irá cruzar os braços ou apertar as próprias mãos sem perceber. É do ser humano fazer isso inconscientemente. Fique atento! A princípio, esses gestos podem nos fazer sentir mais confortáveis naquela situação, mas acabam por mostrar que estamos na defensiva e nos distanciam dos outros. Por isso, descruze braços e pernas, e evite gestos de tensão – como roer as unhas, mexer no cabelo, esconder as mãos embaixo das pernas, agarrar-se na cadeira ou estalar os dedos. Esses são gestos que transmitem nervosismo e preocupação, podendo atrapalhar a boa avaliação do recrutador sobre você. Evite também brincar com a caneta ou outros objetos que tenha à mão. O ideal mesmo é manter as mãos abertas, repousadas sobre o joelho ou sobre a mesa, em sinal de sinceridade e transparência. Fazer gestos repetitivos durante uma seleção pode demonstrar também uma grande ansiedade, mostrando para o recrutador que você quer que a entrevista acabe logo. Por isso, nem pense em piscar muitas vezes, dar pequenos murros na mesa ou pisar o pé no chão repetidas vezes. Definitivamente, não vai pegar bem. Há outras ações e comportamentos que devem ser evitados, como o olhar para baixo enquanto fala. O tom de voz do candidato também deve ser percebido, pois ele pode transmitir entusiasmo ou desânimo. Tenha cuidado com a forma como apresenta o seu discurso e preocupe-se em falar devagar para ser bem entendido. Falar depressa demais pode soar que seu discurso seja decorado, ou não corresponda à realidade. Observação também para o movimento das sobrancelhas. Fala a verdade: é impossível não revelar informações através das sobrancelhas. Elas podem passar uma atitude positiva quando curvadas (mostrando interesse), ou quando franzidas podem significar certa dúvida (e consequentemente, uma atitude negativa). Inspira, respira e não pira! Também não pega bem ficar olhando a todo momento para o relógio. Isso demonstra preocupação com outro compromisso – e queremos ir embora o mais depressa possível. Ao marcar uma entrevista, cancele os seus outros programas e atividades, e demonstre que está disponível (e interessado) em aproveitar aquele momento e aquela oportunidade. Portanto, não denuncie pressa ou impaciência olhando para o relógio ou em direção à saída. Até porque o recrutador pode emendar a entrevista com um pequeno teste, que vai demorar o tempo que você precisa se dedicar a ele (pode ser rápido ou pode demorar). Se a entrevista for no meio da manhã ou no meio da tarde, desmarque quaisquer compromissos ao longo do dia e fique por conta do processo seletivo. É melhor sobrar tempo para fazer outras coisas do que se comprometer com outra atividade e não dar prioridade ao processo seletivo. E principalmente: não minta. Ao mentir você ficará preocupado em sustentar uma farsa ao ponto que não irá perceber seu corpo reagindo de outra forma. O receio de que o entrevistador pode descobrir a verdade cria um nervosismo no candidato que, inconscientemente, vai transmitir sua tensão em gestos. Piscar mais rápido, gaguejar ou até mesmo olhar para a porta, como se estivesse querendo fugir, são alguns dos sinais que podem denunciar que aquilo o que você está falando é uma mentira. Definitivamente, não tente passar por uma situação como essas. Você pode até se sair bem, mas no futuro, pode ser cobrado por uma ação ou qualidade que foi citada na entrevista. Situação 2 – Em uma reunião com colegas de trabalho Pensando numa segunda situação, as orientações não são muito diferentes e devem ser igualmente percebidas. O caso agora é uma reunião de trabalho, seja com colegas de equipe, parceiros ou fornecedores. Os profissionais que têm domínio da linguagem corporal podem sair na frente no mercado de trabalho, isso é fato. É parte do bom marketing pessoal. Assim como a linguagem do corpo pode ser determinante para contratar um profissional, ela pode servir de base para promover ou demitir um empregado. Em uma reunião de negócios que você precisa apresentar algum projeto ou resultado para a equipe, esteja atento à sua movimentação no ambiente. Assim como a gesticulação, você deve sempre controlar os exageros e permitir que a harmonia e a simpatia prevaleçam. Manter o contato visual com a plateia ou quem fala diretamente com você também é necessário para passar confiança, essencial para convencer outras pessoas a respeito do que você está falando. Agora, se você está do outro lado (o que escuta), certifique-se se não está de barriga vazia para começo de conversa. Por mais que uma reunião seja taxada como “rápida”, no fundo, todos sabemos que é difícil controlar o tempo de duração. Por isso, garanta o mínimo de estabilidade para seu estômago não ficar muito tempo sem comer. As condições físicas têm um grande impacto no estado emocional e, portanto, na linguagem corporal. Se você fica muitas horas sem comer, vai acabar demonstrando insatisfação e vontade que a reunião se encerre logo. Por isso, ao ter ciência de que entrará em uma reunião, faça um pequeno lanche e vá ao banheiro para não ter erro. Outra questão é deixar de lado os problemas que você eventualmente possa ter outros membros da reunião. Não tem jeito: se você não simpatia com alguém que está em um mesmo ambiente que você, seu corpo irá responder negativamente o seu estado emocional de irritação. Isso é ruim para você e também para essa pessoa, pois ela pode se sentir inibida de fazer uma contribuição, por exemplo. Esteja sempre atento à todas as irritações antes de entrar em uma reunião, e se preciso, dê uma volta para esfriar a cabeça. Procure controlar também suas inquietações e ansiedades, que são facilmente notadas em um grupo grande de pessoas – acredite, alguém ali estará reparando no seu mal comportamento. Outra dica é se policiar com relação às contribuições que você dá à reunião. Ser participativo, promover discussões e dar sua opinião não é o problema. Complicado mesmo é quando o profissional interrompe demais um debate, e principalmente, interrompe demais o orador. Se você faz isso constantemente, seus colegas podem achar que você não está disposto a ouvir o que eles têm a dizer – ou que está tentando compensar sua ignorância. 21_linguagem_corporal2 Situação 3 – Reuniões com chefes Quando a reunião é restrita a tutores, gerentes, coordenadores ou diretores, é ainda mais importante se preocupar com a linguagem do corpo. São esses contatos que determinam a sua imagem no trabalho e ajudam a costurar boas relações a ponto de fazer sua carreira evoluir. Para começar, existe uma regra que é antiga, provavelmente já conhecida pelo seus pais ou avós. Diz respeito a vestimenta em uma reunião com o chefe: o ideal é estarmos vestidos como eles, nunca melhor que eles. Parece uma coisa ultrapassada, mas na prática, faz sentido: o profissional que se assemelha visualmente ao que o chefe vê tem mais chances de se dar bem. É como a teoria do espelho. Mas se você der a impressão de que quer superá-lo, pode acabar tendo dificuldades. Quando iniciada a conversa, evite encarar demais o seu superior, e não crie falsas intimidades – principalmente se a reunião for em casa ou em um ambiente menos formal. Trabalho é trabalho. Não tente chamar a atenção falando alto, elogiando ou dando gargalhadas além do necessário. A visão que fica é a de que você está tentando aparecer ou que é um tremendo puxa saco. Também não tente esconder nada, pois certamente seu corpo entregará que há algo estranho no ar. Claro que ninguém gosta de levar problemas para o chefe, mas omiti-los é ainda pior. Seja franco e deixe que seu corpo transmita serenidade, mesmo se o assunto for delicado e envolver “a sua cabeça”. Mais erros Há ainda outras ações que podem ser prejudiciais em qualquer uma das três situações que descrevemos. Uma delas é usar o celular ou acessar os e-mails. Por mais urgente que possa parecer, não fique a todo momento de olho no celular para o recebimento de mensagens ou ligações – mesmo o telefone sendo corporativo. Não é preciso nem dizer que quando o celular é pessoal e a tela mostra redes sociais pessoais é uma tremenda falta de respeito. E nem tente justificar dizendo que consegue fazer as duas coisas ao mesmo tempo, já que a visão e a audição são sentidos diferentes. Eles trabalham juntos e em um reunião de negócios é preciso prestar ainda mais atenção no que o outro fala. Não é como ver TV e ficar no celular. Fique atento ainda se o aparelho está no modo silencioso, vibratório, ou em um escandaloso volume. Tudo isso pode te deixar desconcertado e colocar por água abaixo aquele bom comportamento que você estava se policiando a controlar. Outra situação é ficar “mudo” durante uma reunião. Quem evita se expor pode ser interpretado como desinteressado ou incompetente. Portanto, junte-se à discussão mesmo que as suas palavras não sejam cruciais para a conversa. Reafirme uma opinião afirmativa e não deixe de colocar na mesa algo que considera equivocado ou arriscado. Linguagem de um líder Um bom exercício para se inspirar é observar as atitudes de um líder. Ele não será necessariamente o seu chefe – há uma grande diferença entre quem dá ordens e quem lidera. Na prática, o líder é aquele que tem um carisma natural, aquela pessoa que quando entra numa sala todos olham ou quando fala todos escutam. Seu comportamento pode motivar equipes, aumentar a produtividade e influenciar os clientes. Em resumo, criam impacto positivo. Veja à sua volta quem é um líder nato e procure formas de observá-lo melhor, sem ser inconveniente. A postura de um líder é sempre um exemplo a ser seguido: desde a forma como se senta numa reunião, como se veste, como fala, a frequência com que olha nos olhos ou a forma como o seu corpo comunica. Tomar iniciativa é uma grande sugestão de confiança e liderança. Por isso, em situações que forem pertinentes, seja aquele primeiro que oferece o aperto de mão, o primeiro que inicia um debate, e aquele que propõe um olhar diferente quando a conversa parece tomar uma única direção. Essa é uma característica bem comum de palestrantes, vendedores e políticos. Eles usam gestos e expressões corporais para mostrar convicção sobre um ponto de vista, e convencer as pessoas a respeito do que está sendo dito. Conclusão Diante de tantas informações novas e já conhecidas sobre si mesmo, tente adaptar tudo que foi absorvido para a sua realidade. Ainda que existam maneiras de utilizar a linguagem corporal a seu favor, é preciso respeitar a naturalidade dos seus gestos. Uma pessoa naturalmente tímida que for a uma entrevista de emprego e começar a gesticular muito, por exemplo, pode deixar evidente que está atuando e que não se comporta daquela maneira no dia a dia. Um exercício interessante para perceber os atos falhos da sua linguagem corporal é simular conversas na frente de um espelho, ou gravando um vídeo curto no celular ou câmera digital. Dessa forma, você consegue analisar se a mensagem que o seu corpo está mandando é coerente com o que você quer passar. Domine a arte de usar estas técnicas de maneira natural para que você possa projetar mais confiança e autoridade. Isso vai permitir que você conquiste os colegas, ganhe novos desafios, novos clientes e novas apostas. E acima de tudo, seja sincero para que seu corpo transmita verdade. Mesmo que você chegue em uma reunião ou entrevista de emprego chateado por ter batido o carro no caminho, seja franco a ponto de dizer que está impactado com uma situação que viveu. Assim, seu interlocutor passará a ter um olhar diferente em relação à seu comportamento corporal, diminuindo a margem para más interpretações. E ai, o que achou do artigo? Se tiver alguma contribuição a fazer, ou mesmo um caso que se sentiu “traído” pelo próprio corpo, conte para a gente através dos comentários!

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